No dia 19 de novembro de 2010 tive coragem de finalmente fazer este blog com a intenção de colocar noticias minhas. Mas percebo que não falo muito do meu dia a dia, talvez por não ter muito que falar.
A minha rotina esta sendo um tanto chata, só aos finais de semana que acabo saindo um pouquinho.
E justamente nestes finais de semana que me deparo com algumas dificuldades da vida como ela é... mas não deveria ser.
É muito difícil se colocar no lugar do outro, sei disso. Sempre fui muito solidária e achava que isso bastava, não basta, as pessoas tem que se mover e lutar por causas, que muitas vezes não as beneficiarão diretamente.
Visito vários blogs e não vejo muito a preocupação com acessibilidade, pois a maioria das pessoas não sabem da dificuldade de ter uma limitaçãoa ao entrar num estabelecimento qualquer que não seja adaptado, nem mesmo o constrangimento que essas pessoas passam. Quando alguém se preoculpa com isto é por que vive na pele.
Recentemente ouvi o Padre Fábio de Melo dar uma explicação sobre o que era misericórdia, foi a melhor que já tinha ouvido. “Misericórdia é sentir o outro, é sentir a dor do outro, é chorar pelo outro. Não se trata de sofrer com alguém, mas, sobretudo, de compreender o sofrimento de alguém, de ser, nesse sentido, solidário com essa pessoa”.
Quando digo que as pessoas não são misericordiosas não quero ver ninguém chorando. Gostaria que eles sentissem as dificuldades do dia a dia do outro e procurassem facilitar o máximo possível.
Ainda vejo restaurantes com filas de espera, mesmo não respeitando a lei.
Por que esses são prediletos se eles não tem acessibilidade ? Ninguém quer se imaginar numa posição de dificuldade.
Deveria ter muito mais crédito o barzinho da esquina que é acessivel para todos.
Assim também são as vagas reservadas. Elas não estão lá pra dar privilégio e sim ACESSIBIDADE. Elas são largas para o cadeirante entrar e sair livremente do carro, e são mais próximas das rampas e portas de entrada para facilitar o trajeto. Alguém aqui já empurrou sua própria cadeira de rodas? No começo tudo é festa depois de alguns metros começam a surgir bolhas nas mãos...
O que vejo é desrespeito de pessoas que dizem ser gente. Já reparei que em shoppings e parques , é nos finais de semana que esse direito é mais desrespeitado. Pensando bem, é pior pois são dias em que as famílias saem e muitas vezes com crianças pequenas vendo esse desrespeito e sendo educadas para acharem essa atitude normal. A atitude de tirar proveito, de levar vantagem doa a quem doer...
Recentemente passei por situações constrangedoras no parque municipal do Jardim Anália Franco (Ceret) com um grupo de homens que vão lá todos os finais de semana. Além de eles terem estacionado na vaga reservada aquele “Ford mustang azul cheguei” que esta lá todo final de semana e de lá tiraram vários aviões de controle remoto, foram e se apossaram de um quiosque. Nesse parque tem algumas normas, uma delas é reservar o quiosque para poder utilizá-la. Imaginem: cheguei... a vaga ocupada e o quiosque também. Com eles havia crianças e se comportavam como se tivessem razão. Não sou de briga então deixei os seguranças resolverem essa situação. A vaga eu já tinha arrumado outra mas meu quiosque não tinha jeito .
Outro dia também tive um problema no shopping Aricanduva. As vagas estavam todas ocupadas por pessoas que não tinham o direito de usá-las. Hoje tem que ter um cartão para usar a vaga de deficiente e idoso. Sei que poderia gritar e iam me arrumar uma outra vaga, um daqueles espaços escondidinhos que ficam no meio do shopping que normalmente são usados para carga e descarga. Mas como já disse, as vagas são em lugares para facilitar a entrada, além disso, eu não queria entrar pelos fundos.
Entrar pelos fundos nos remete a anos em que deficientes e velhos não saiam de casa e quando o faziam ficavam isolados num cantinho. Então aceitar esse “jeitinho” seria um retrocesso.
A lgum tempo atras postei aqui no blog minha aventura de ir no parque do Piqueri. E para minha alegria e não surpresa, pois vindo de quem veio é esperavel, este final de semana passei rapidinho na casa dos meus grandes amigos Célia e René e fui informada que eles junto com todos que estavam naquele churrasco no parque naquele dia estão se mobilizando para exigirem providências para criar acessibilidade no local.
Fiquei comovida, isso me deu muito ânimo para lutar pela minha propria causa, ou melhor : causa de muitos que vivem como eu.
Eles já redigiram uma carta e pretendem marcar um dia para irem ao parque colher assinaturas para endossar a reivindicação. Quando a data for marcada eu postarei aqui no blog para que o maior múmero possível de pessoas possa comparecer para nos apoiar e dar seus “autógrafos”.
Nesse dia saberei como anda a solidariedade no meio de nós.
*Todos serão convidados.
Beijinhos.
Márcia Pitelli.
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